sábado, 22 de dezembro de 2012

sengavete

Enfim, percebeu:

a vida, não passa de gavetas.
o tempo, não passa de gavetas.
nós somos gavetas.
os anos se engavetam.
os amores se engavetam.
e as gavetas, se engavetam.

e isso não é necessariamente ruim.
É só uma metáfora.



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

5 pernas em cada mão.

O medo de aranha vem
- talvez não -
das teias que começam no centro do meu peito.
Quando me puxam para frente,
só estão me enganando, me trazendo mais para trás.
Mas não o atrás.
E sim dentro de mim.
São esses dedinhos que a gente tem...
Tão ágeis, e traiçoeiros.


domingo, 16 de dezembro de 2012

dim dom

esse é o som da campainha
que o meu coração faz tocar
quando ele me acha sozinha

domingo, 25 de novembro de 2012

o pig
é um plugue

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

La pomme de terre dans la gorge

Est-ce que tu es malade du coeur?
Oui
Toujours?
Oui, tous les jours, sans perdre un.
Pourquoi? Quand? Où?
Je ne sais pas. Ici, là-bas. Quand il veut. Seulement s'il veut.
Tu souffre?
Non, seulement le coeur.
Et ta tête?
Ah, bien.. Elle souffre.
Et ton corps?
Il sent.
Et tes yeux?
Ils regardent.
Et toi, c'est où? C'est quoi?
Je vous parle. Ça c'est moi.

sábado, 17 de novembro de 2012

?

Se o mundo ficasse apocalíptico,
se desequilibraria,
e rolaria?

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

(10/2008) lista comprida da vida nº2


Se por mais alguns minutos descobrisse o Universo que me pára e procede no passar desse ponteiro, estaria longe mas tão perto de um futuro assim incerto, e cegaria todos erros de um calendário inteiro.
Me admiro por tais páginas tão escritas sobre a vida, desta lista tão comprida, de seus itens não riscados, mas de fato o que vejo é o medo de errar, uma vez atrás da outra, romances mal elaborados.
Como se eternas enquanto durem, fossem as horas a passar, faria apenas uma pergunta ao conjunto de idéias, de modo que organizasse teus desejos e pesares, e talvez assim pudesse deixar levar por novos ares.

(10/2008) lista comprida da vida nº1

Não sei se paro, ou se prossigo, se quero aqui, comigo o sempre. Sei que disparo, e esse abrigo, abre a porta tão lentamente. São tantos dias, ou semanas, não contei ao certo, é relativo. Mas tanto tempo me é marcado, pelo simples fato de que ainda vivo.
Sou inteira, mas não completa, sinto asas mas me prego ao chão. Se estou chegando à areia da praia, me confundo com a imensidão... Que deixei pra trás ou que ainda virá, que atormenta a pura verdade, ou mentira, ou ilusão, já nem sei mais minha realidade.
Só me lembre então, da minha rotina, de menina sem mais a perder. Risco um item da minha lista da vida, assim que do meu pulso, um nó se render... Como quem espera que o enfim em seu fim chegue, e que dele um começo virá; E eu, que já desisti tantas vezes, reconheço de novo, o verbo amar.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Ctrl z Ctrl z, pelo amor de deus!!!
Disse o arrependido do século 21.

domingo, 7 de outubro de 2012

Todo formigueiro começa em seu próprio buraco, e termina embaixo da terra.
Toda eleição também.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"daí o fascínio com que o homem procura achegar-se à sua enganosa substancialidade."

-sim senhor,
ele ainda está procurando a felicidade.

-hum...então deixe ele se enganar mais um pouco, e continuar indo pelo mesmo caminho que todos os outros foram.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

tossiu tossiu tossiu

até que na tossida seguinte,
o bichinho saiu.
e então, olhando diretamente nos olhos dele, disse:
não volte mais aqui! ouviu?
e o bichinho acenando, foi se embora para sempre.

Às vezes é só assim que eles vão embora.
você tem que tossi-los, olhá-los, reconhecê-los, e então,
deixar partir.

sábado, 1 de setembro de 2012

detesto gangorras

prefiro balanços

sábado, 25 de agosto de 2012

E o que é a solidão?

É um vírus.
Um dia, eu passei do lado de alguém que se sentia muito sozinho,
e de repente, lembrei que também era.
Depois disso, como todo bom vírus, tempos sins, tempos nãos,
ela vem e eu lembro dela.
Ela me incomoda, me faz sofrer, me faz não querer mais o meu corpo.
Até que delicadamente ela vai embora.


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

e a vida é longa

o ódio é quente
a raiva é quente
a tristeza é dura
a alegria é esfumaçada
o amor é denso
o amor é duro
o amor é frio.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

o tempo é um engraçadinho.

ele sabe (de uma vez só e o tempo todo)
o que está acontecendo,
o que aconteceu,
e o que vai acontecer.

e fica assistindo a gente descobrir.
lenta, lenta, lenta, lenta, mente.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

nunca, é demais.

Ao andar de manhã até o centro da sala,
seu pé fez um barulho diferente.
Bateu com ele no chão de madeira, e teve uma surpresa:
era oco!
O chão, era oco!
Quando iria imaginar, que o que a apoiava, era tão vazio quanto o espaço em que ela circulava!
Era ar embaixo, como ar em cima. Era igual, só que mais escuro.
Talvez até mais confortável.
Quem sabe mais seguro.
Tirou as madeirinhas que ficavam em cima (já estavam meio soltas, esperando),
e viu que o buraco era do tamanho dela. Que coincidência...
E uma coincidência dessas, só pode ser um sinal.
"Vou entrar!"
E nunca mais saiu.



domingo, 29 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

dizem que tem um relógio na gente

e então,  MAIS uma vez,
ele disse: nada pode nos salvar da gente,
senão nós mesmos.

fechou o livro, deixou um beijo em cada testa de cada filho,
e passou pela porta fechando-a completamente.
Um escuro maciço.

Desde sempre ele já os preparava para o que vinha a seguir ( e sempre a seguir);
Aiai.., nossa própria consciência.



quinta-feira, 31 de maio de 2012

a natureza sempre gosta de mostrar que está acompanhando a gente.
a gente precisa mostrar que estamos acompanhando ela.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

o mundo, a vida e a morte, nos acompanham até o final.

Entrando num aeroporto,
uma mulher muito simples e um homem a acompanhando,
velho e feliz, foram barrados pela polícia.
Ela carregava uma urna, e ele alegava que aquelas eram cinzas que deveriam ser jogadas no lugar de destino.
Como todo procedimento, trouxeram um cão pra examinar.

O cão olhou, e pensou com estranheza: ela me dá medo, mas me dá segurança.
Ele me dá saudades, mesmo estando aqui.
E a urna...
Ele a cheirou, olhou pro senhor, e sentou-se com a cabeça olhando pra baixo.

Os policiais interpretaram aquilo como sendo um sinal positivo de que ambos falavam a verdade.
Eles então os deixaram passar, e assim aconteceu mais um dia no pacato aeroporto.

Só o cachorro e o casal saberiam, até o final de suas existências,
que o cheiro que vinha da urna, era o mesmo que o do senhor.
E a mulher que o levava, não cheirava absolutamente nada.


terça-feira, 8 de maio de 2012

o vento que passou, não passou, voou

Se achava tão cansado e perdido naquele momento,
de estar cansado e perdido a todo momento,
que não ligava mais se a gravidade não existisse mais naquele planeta.

Então, se pôs a caminhar pelo teto, 
dando pulinhos para ver se sua mão encostava no chão.
Também nadou algumas vezes pela casa,
tentou lavar a louça com sabão flutuante,
e se enrolou por alguns minutos na cortina pra tirar um cochilinho.

Uma hora, com muita seriedade, sentou-se no lustre, e pensou com carinho.
Seria muito ruim, abrir a janela e olhar lá fora?
Seria muito errado, brincar nas árvores e se pendurar nos galhos?
Seria muito inapropriado, sair voando pelo céu, e dar aquele trabalhão pra todo mundo, por ter que ser resgatado de volta?
Decidiu.

Quando deu seu impulso magnífico - era tão magnífico! - em direção à janela,
lembrou-se que precisava fazer xixi, mais do que nunca.
Mas como fazer xixi sem gravidade? 
Não sendo nem um pouco seguro - imagine os perigos! - ele decidiu voltar pro chão,
estabelecer a gravidade,
ir ao banheiro,
para então sentar-se no sofá tentando de novo, e em vão, lembrar o que mesmo que ele ia fazer?

sexta-feira, 27 de abril de 2012

novo código da areia.

e assim todo mundo foi embora.
com uma mala na mão, cheia de areia.
com o pé descalço, em cima da areia.
com a boca seca, com gosto de areia.

ninguém sabe pra onde vai, e ninguém sabe até onde.

a gente só vai até onde conseguir.
a gente vai morrendo, e morrendo e morrendo e morrendo.

o coração vai ficar pequenininho,
vai virar uma semente,
e vai esperar no chão.

a água vai vir - um dia -
a gente vai brotar - um dia -
e da gente mesmo - não mais gente, não - só vai nascer areia.
areia, areia, areia, e areia.




domingo, 22 de abril de 2012

a sua maior alegria foi quando aprendeu a escrever:
tinha passado 139 anos não sabendo se expressar,
e agora tinha 139 anos de folhas pra preencher.

nada poderia ser melhor.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

trim trim trim.

No começo, ele só olhava pro telefone.
Ficou sentado na frente dele, por 8 anos sem receber nenhuma ligação.
Então, trim! O telefone tocou, e como num pulo, voou para sua mão, e grudou no seu ouvido.
A conversa veio e eram tantas novidades! A pessoa do outro lado parecia falar coisas tão interessantes! E tanto! Mas tudo bem pra ele ouvir, ele gostava.
De tanto só ouvir, nem percebeu quando ela parou de falar.
E ficou esperando durante três anos, o telefone segurado perto do ouvido, que alguma palavra viesse do outro lado.
Não veio não.

No momento em que ele pôs o telefone no gancho, o telefone tocou de novo.
Foi baixinho. Nem ouviu direito.
Foi meio tímido, e ele não entendia se era pra ele mesmo.
Ficou alguns meses esperando que alguém viesse atender. Olhava pros lados, e só havia ele.
Olhou pro lugar onde estava sentado, e só havia espaço pra um.

Às vezes tocava mais alto. Às vezes tocava mais baixo.
Até que ele resolveu atender, e o telefone nunca mais tocou.
Ficou conversando lá, pra vida inteira.

domingo, 15 de abril de 2012

muita cheísse

os vários carros que passam todos os dias na estrada passam cheios de gente cheias de histórias de vida cheias de preocupações cheias de segredos e cheias demais.
se abrir o vidro, todo mundo sai voando.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

À jamais

tout le monde pense qu'après la vie, vient la mort.
tout le monde pense que la vie, est la propre mort.
mais nous oublions toujours, que la mort, ne meurt pas.

vivons.