Ficou sentado na frente dele, por 8 anos sem receber nenhuma ligação.
Então, trim! O telefone tocou, e como num pulo, voou para sua mão, e grudou no seu ouvido.
A conversa veio e eram tantas novidades! A pessoa do outro lado parecia falar coisas tão interessantes! E tanto! Mas tudo bem pra ele ouvir, ele gostava.
De tanto só ouvir, nem percebeu quando ela parou de falar.
E ficou esperando durante três anos, o telefone segurado perto do ouvido, que alguma palavra viesse do outro lado.
Não veio não.
No momento em que ele pôs o telefone no gancho, o telefone tocou de novo.
Foi baixinho. Nem ouviu direito.
Foi meio tímido, e ele não entendia se era pra ele mesmo.
Ficou alguns meses esperando que alguém viesse atender. Olhava pros lados, e só havia ele.
Olhou pro lugar onde estava sentado, e só havia espaço pra um.
Às vezes tocava mais alto. Às vezes tocava mais baixo.
Até que ele resolveu atender, e o telefone nunca mais tocou.
Ficou conversando lá, pra vida inteira.
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