quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A solidão é uma lembrança

A solidão é uma lembrança,
que passa como um filme antigo enquanto o corpo permanece inerte no tempo.
Paralisado.
E no vento, há de continuar inerte.
Por não ter mais opinião e vontade própria, tudo que se mexe é passado.
Um passado alimentado pelo sentimento de perda, de solidão, tão grande e implacável: imensurável.
E mesmo assim cabendo dentro do peito.

Sou isso agora.
Meus olhos, minhas pupilas negras e profundas tem fim nas verdadeiras expressões que gostaria de falar mas não posso mais.
Pois, quem aguenta a repetição de estar solitário?

Uma coleira me puxa pra frente, mas uma corda me mantém presa atrás.
É o poço dos meus olhos.
Que suga o momento, e pinta de cinzas.

Lá vai ele, o tempo, embora.
Queria lembrar porque me sinto só, se na totalidade das coisas, estou repleta.
Enche coração.

E assim encheram o balão,
soltaram no céu,
e estourou.

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