sexta-feira, 18 de setembro de 2009

a elegância do ouriço

Me deparei com uma pergunta, que nunca tinha feito - creio eu, ao menos não com a mesma intensidade e lucidez sobre a existência desta - a mim mesma e que me põe de frente para o que considero questões filosóficas importantes.
Eñtão, a questão é: Sendo a morte, morta como outra qualquer, como podemos equivalar a morte de um ser humano, ou animal, a de uma planta?
Não querendo desmerecê-la, ou arrancar qualquer sombra de vida da planta - que não tem nada a ver com isso - mas, seria algo igual?
Morta igual, ok.
Sofridão, esperança, noção, a-vida-passando-diante-dos-seus-olhos...igual?
Acho que, reclusa enquanto ser humano, vertebrada, dotada da capacidade de me mover enquando não morta - logo, afastada da condição equivalente ao vegetal - sentindo, respirando, e sabendo do ar que entra e sai do meu corpo, vejo-me por quase uma questão de ética, inferior à condição de resposta para a pergunta.
Pois quem é planta é ela, não eu.
Não posso simplesmente querer entender o processo da nossa morte, enquanto consciente apenas do modo como eu vivo.
Ela vive também.
Então pronto.
Vamos nos ater apenas aquilo que sabemos.
Ou achamos que sim.

Um comentário:

fantasma disse...

lendo esse texto eu me recordei da minha juventude, quando eu tinha uma planta carnívora e vivia me deparando com essas questões de vida e morte.
ainda assim, a vida invertebrada(dos mosquitinhos e das formigas) sempre foram vítimas da minha linda planta.
rip bela planta, sinto sua falta