Ali havia uma casa com as janelas de vidro abaixadas.
Só entrava luz e não se trocava o ar.
Era a tevê dela.
Era o que era ela.
(Penteava seu cabelo cem vezes antes de dormir.)
Mas de repente, chegou um passarinho, que bicava sua janela.
Pedia pra entrar, pois o vento estava muito forte.
E lá ela já tinha sentido o ar?
A passarinha fez seu ninho, muito bem feito como faziam por ali,
botou 3 ovos, cada um de um jeitinho.
Assim que quebrasse o primeiro por mera coincidência e fatalidade,
a menina saberia o que era vendaval. (Seria horrível, piou).
Assustada, ficou 5 meses de cama.
Disse: Machuquei, me estrepei, e sequer me encostei!
Quando caiu o segundo, por 'descuido de minha asa',
soube então o que era chuva.
Balançada, achava os olhos indecisos.
Um pouco dramáticos. É verdade.
E assim que me trouxe o terceiro,
num prato limpo e arrumado,
quase um espatife organizado,
soube então o que era brisa.
Seus cabelos já se arrumavam sozinhos.
Sua janela era aberta de manhã.
E a casa permaneceu desarrumada.