domingo, 23 de maio de 2010

a morte poética

ele comprou sapatos para a vida inteira.
e agora,
estava no seu último par.

tropeço

Tentei enfrentar.
Mas, mesmo assim, subindo na escada mais alta,
no final das contas, decidi descer.
E o cabelo enroscou na escova,
e o cadarço desamarrou.
E todas as folhas se espalharam pela grama, porque aquele vento só serviu pra bagunçá-las.
E agora? O que realmente resta se não desabar por dentro?
Acompanhar o som, porque uma hora ele acaba?
E saber que ele não é seu, assim como o que resta no seu copo?

Não sei.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

e agora?

minha vida numa metáfora de montanha-russa.
e parque de diversões me enjoa, sabe.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Duas velhinhas bem excêntricas - do tipo que eu seria um dia - olharam pra dentro das minhas pupilas e disseram que eram diferentes de todas que já tinham visto. Não compararam com jaboticabinhas, muito menos com um feijão.
Só predizeram minha mania de torná-las pequenas demais para não entrar luz.

Eu gosto mais do passado

Ou isso,
ou a minha felicidade está equivocada.

domingo, 16 de maio de 2010

ó paradigma

é assim:
você pega um pouquinho de experiência,
depois um pouquinho de coragem,
e mais um tantão de visão de fora.
mexe.

aí, no outro pote, você põe vários pedaços de tempo,
mais um tanto de tempo desperdiçado.
compara e tira a diferença.

depois finalmente,
você mistura os dois,
e então joga um tiquinho de amor e futuro.
obs: se o amor ao futuro estiver muito pouco, joga mais um tanto de visão de fora,
ou quem sabe experiência.

pronto.
você está livre do que você mesmo criou.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

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é.
adoro lapsos.
mas tenho medo de quando não vêm de mim
uma coisa meio humana né?
meio praga...

Se eu levanto ou não a minha sobrancelha, decido após esse título gigante

Sabendo assim por qual me veio de uma maneira um tanto quanto constrangedora ( não para mim) soube que por mais que as teias peguem cada poeira por quem lhes passa, eu sou aquela que o sol leva para bem longe de tais lençóis.
Não sabendo exatamente qual o meu direito de aqui estar, sinto-me assim bem dividida por não entender porque o tem de ser desse jeito.
Lutando e usando a força que tenho - não física - tento abrir um caminho que não o da escrita. Não adianta, e então venho.
E me desmancho.

Me desmancho porque a tangente me joga longe.
Porque a linha tênue que me separa, não é tão tênue assim.
E talvez, porque por mais que eu tente ficar inteira, já entendi que não consigo.
E em pedaços talvez, eu me reconstrua mais de mil vezes, e assim em várias caras posso decidir quais olhares lançar;
Qual sobrancelha levantar;
Qual sorriso esboçar.
Tal qual, o passado.



sexta-feira, 7 de maio de 2010

O subconsciente

O subconsciente é uma coisa engraçada.
Ele é tão mais consciente do que pensamos,
e está tão mais presente do que queremos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

e se eu tenho um cabelo colorido é só eu que vejo

Assim como ele - por quem tive grande devoção - me senti com os tantos palmos acima de mim.
Não sei se por ele ser ele, ou por ele ser eu.
Sei que senti um aperto na cabeça,
e tudo - tudo sim, mas não sei o que - queria sair dali, mas simplesmente não podia.
Então pus o chapéu, pra tampar.
Se eu tirar ele agora, hão de achar que é dita e feita a analogia. Porque afinal de contas, só assim é possível.
E se eu não tirar, e resolver com boa vontade - que me é tirada de pouquinho em pouquinho - a explicar o que há dentro dele, ninguém vai acreditar, porque ninguém mais usa chapéu.
(porque ninguém mais usa chapéu?)
É tão difícil por na cabeça (que o que há dentro da cabeça é você quem faz) ?
Não é um peso, nem uma massa, nem folhas de papel com dificuldade de falsificação.
É você.

Mas tudo bem.
É por isso que as pessoas apodrecem e morrem por dentro.
Porque acharam o que elas precisam só tem lá fora,
mas nem sequer olharam pra ver.