quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

só em português.

Saudade de ser pequena, e o chão estar perto demais pra sentir medo.
Saudade de plantar feijão, e achar que poderia a partir desse plantar muitos.
Saudade de acordar e correr pro colo da minha mãe.
Saudade de ficar triste e correr pro colo da minha mãe.
Saudade do colo da minha mãe.
Saudade de empinar pipa e ter a sensação de estar voando.
Saudade de querer voar.
Saudade de pensar em histórias acreditando que aconteceriam comigo.
Querer ser bruxa.
Não querer ser normal.
Saudade de não ser normal.
Saudade de desenhar como quem não tem pressa.
Saudade de não ter pressa.
Saudade de não pensar no tempo, no estresse.
Saudade das poças de lama e bicicleta.
Saudade da natureza que me cercava.
Saudade das férias da escola.
Saudade de achar que eu poderia ser tudo que eu quisesse.
Saudade de acreditar nisso.
Saudade de achar que salvaria o mundo dos homens.
Saudade de não saber que eu mesma sou um.
Saudade de casa como só ela.
Saudades da Loli, Chiquinha, Beleza e Panqueca.
Saudade de não me importar com roupa.
Cabelo.
Moda.
E opiniões.
Saudade de comer e sentir o gosto.
Saudade do Natal de 5 anos atrás.
Saudade da minha avó.
Saudade da minha prima.
Saudade das caveiras, dos monstros.
Do baú de fantasias.
Saudade de saber tocar piano.
Saudade das cartas, e das pessoas que as escreviam.
Saudade dos momentos sem tv.
E principalmente sem internet.
Saudade de brigar por brincadeiras.
Saudades de idolatrar alguém.
Saudade da Saraiva.
Saudade das coisas perdidas.
Saudade daquele colar.
Daquele dia.
Saudade de cantar no carro as 7 da manhã.
Saudade de saquinhos surpresa.
Saudade de surpresas boas.
Saudade dos valores bons.
Saudade de saber o que é isso.
Saber o que sobrou.
E o que realmente sobrou?

Só saudade?...

2 comentários:

Ella? disse...

Quanta saudade!

Victor disse...

depois de ler, me sobrou um nó na garganta.