domingo, 27 de junho de 2010

onde vivem os monstros

tem certas coisas que não deveriam chegar no ouvido das crianças.
certas coisas que não deveriam chegar no ouvido de ninguém!
e aí essas coisas nunca existiriam
então nunca precisaria disso tudo pra ninguém ouvir
e tudo certo seria então.

porque eu acho realmente muito injusto um monstro chorar.



sábado, 26 de junho de 2010

o amor

Tem um pedacinho do coração que a gente mexe e a terra dá uma tremidinha, fazendo com que todos a sua volta sintam também.
E assim, todo mundo sente vontade de dar uma tremidinha.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

oh madrugada infiel

e mesmo sabendo que deveria fazer o que a razão geral lhe confiava mais argumentos,
decidiu que ia dormir.
tendo lido kant, ou não.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

as que salvam

é só entender que o mundo é tão maior,
e as pequenas porcentagens podem fazer algum sentido.
esperançosamente, quero dizer.


domingo, 20 de junho de 2010

e depois que ele guardou os seus olhos na caixa de tintas

tendo só o coração,
resolveu que faltando os meios de expressão suficientes para mostrar que ainda o tinha,
enterrou-o junto com a árvore mais alta do mundo dele,
e assim que todo o seu sangue se misturasse com a vontade de ir cada vez mais alto,
iria!

pra mostrar que é assim, você simplesmente vai.
e quando chegasse lá no alto,
aproveitaria pra respirar fundo,
e expirar.

essa é realmente a melhor sensação do mundo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

o que ficou cego

Tinha esse menino.
E tinham vários outros meninos pelo mundo inteiro, mas naquele momento,
era só ele.
Um dia ele ouviu uma briga dos pais,
e resolveu tirar as orelhas.
Guardou dentro do piano pra ficarem bem confortáveis.
Mas quando saiu na rua no outro dia,
sentiu um cheiro insuportável.
Esgoto, bicho morto, lixo. Não sabia o que era!
Coitado do homem dormindo na rua.
Eca, tirou o nariz.
Deixou ele entre os livros antigos, porque o passado parecia tão melhor.
Dois dias depois, quando se acostumou com o silêncio,
percebeu que sem o nariz não sentia o gosto.
E as comidas da casa dele nem eram da casa dele.
E as palavras que só antes ele escutava, nem agora ele as tinha mais.
Tirou a boca e guardou num pote cheio de flores.
Das bem macias.
Assim que guardou, foi olhar a paisagem (era só isso que podia fazer),
mas o homem ainda estava lá.
E ninguém tentava acordá-lo?
Fechou os olhos. Abriu. Piscou.
Olhou pro céu.
E foi ver tv.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

eu não quero conversar sobre isso

porque as pessoas insistem em ter contato quando certamente o tempo mostra que ele mesmo vai resolver isso?
deixa eu ser individualista
prepotente
egoísta
e centrada no meu próprio umbigo.
não é essa, a frescura afinal?







mentira.
eu acho a conversa bem essencial para a humanidade toda.
só não agora, ok.

domingo, 13 de junho de 2010

o blog me enganou. quero o meu antigo. detesto layouts.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

eu acho que todo mundo precisa de férias na verdade.

pra sentir o tempo passando a toa.
e deixar passar.
eu não quero descontar em ninguém o que na verdade deveria ser descontado nos dias que voam agora.
e eu não quero descontar em ninguém algo que é obviamente problema do meu relógio.
e se por acaso veio assim,
as palavras saindo da minha boca sem nem ao menos sorrir e se apresentar,
peço que embaralhem suas letras e se expliquem,
rapidamente.
detesto delongas.
detesto o fato de ser assim enquanto século 21, tão 21.
não tenho ritmo, nem animação e nem critério pra classificá-lo.
meus bolsos estão completamente vazios:
meus lenços eu já usei,
e meus documentos já não me representam mais.

eu estou assim, vazia.
cheia de ar.