Percebo frente aos meus olhos,
aquilo que passa rente a minha alma.
É por não saber o que levar,
consigo então o meu direito,
que fico nesse pesar inquieto,
que perdura horas sobre o meu peito.
Aprendo o inútil por ser mais fácil,
assim como o mundo um dia o fez,
de passo a passo,
de sapo em sapo,
sendo sempre a última da vez.
Mergulho fundo, faço minha sombra,
acho que é uma auto-boicotação...
de querer sempre que o horizonte,
despeje em mim a sua visão.
Sinto a gargante apertada,
como se a voz se intermediasse,
no lugar de onde ela veio,
preso ao vão onde por muito ficasse.
Mas se humana nasci, é assim mesmo que fico.
Sentindo um, achando que ouço o outro.
Trancando meu fim a minha calação,
à minha gastura, meu coração.
Para quase ninguém mais.
Só eu que ouço,
só eu que sinto,
só eu que sei.