quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Deitar e dormir.

Boca levemente voltada pra baixo.
Peso sustentando por dois ombros.
Outro peso sustentado pelos mesmos ombros.
Olhar voltado para algo que não se encontra a sua frente.
Respiração descompassada.
Coração cansado.
Sentimento de desistência, esperando pela reação contrária.
Esperança da música, que não virá.
Empurrão irresponsável do tempo que devia ser aproveitado.
Ponteiros imaginários gozando da paciência.
Ar expulso com força do próprio corpo.
Deitar.
E dormir.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

E assim vai

Sabe olhar a fundo a vida,
aquele sóbrio de que ela muda.
Que ela anda.
Que ela passa.
Descaso ao drama, e a saudade.

E assim vai;

A culpa é do tempo,
que carrega as horas quando bem entender.

A culpa é minha, que uso relógio.

E a culpa é dele, que sabe bem disso.

domingo, 25 de outubro de 2009

santa chuva 2;

e a lágrima se foi tão depressa,
que se esforçava a lembrar porque a gastou.

cigana hoy

Eis que sabem que tanto faz,
que tanto fez,
tanto fará.
Então,
olha no relógio e se imagina não-ela,
outra pessoa,
mais importante.
Veja,
que a vida é tanta,
que o dia é tanto,
e o tédio é tanto.
Veja,
que a vida é curta,
se o dia é curto,
e o tédio inútil.
Somente abriu o livro.
por saber que as páginas eram um apoio.
Daquele que não te deixa.
Ou deixará.
Observa a sua janela.
Até as 5, esquece. O sol precisa se pôr.

Aceitou, como uma mentirosa.

sábado, 24 de outubro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

cuitelinho

É leve,
às vezes pesa,
mas a pluma tende a voar.
Sinto um aperto, que torce os dedos,
as fibras,
os olhos,
o coração.
É tanta besteira,
é tanto vazio,
que a explicação já não cabe mais,
por ser assim tão incerto o caminho,
e deixar tão perdido em lugar nenhum.
Vejo uma fresta,
mais ou menos futura,
abrir-se de leve, numa fina tortura,
chamando a mim, que cega apenas de um lado,
como quem me mostra a solução por partes.
Aí penso de novo,
para o meu bem e só meu,
que a linha tênue,
eu exagero demais.
Preciso parar e escutar minhas letras,
que o teclado sugere respirar,
para que, esperando assim,
eu consiga ouvir a sugestão da minha paz.