sábado, 14 de março de 2009

Nada.

Nada, tão concreto quanto o tudo,
tão ouvinte quanto o surdo,
mais falante que o mudo,
quando não sobra o que dizer.

Peço a todos que cultivem o nada,
pois na falta de palavra,
pra que não usem a errada,
isso é o melhor a se escolher.

Deixo que discordem do silêncio,
dele que é um vazio imenso,
e em sua falta é tão intenso,
que mal consegue respirar.

Mas aviso logo agora,que o que peço,
e palavras é o que não meço,
que ao tornar o silêncio cesso,
vai torcer para voltar.

Penso que apesar de tudo, falar nada e prosseguir, pode ser talvez mais forte, que do topo vir a cair.Então, cultivo o meu silêncio, removo-me o que é tenso, escolho o mais imenso, dos dons, que é ouvir.